Pular para o conteúdo principal

Prosando um pouco sobre psicologias


O principio preliminar fundamental para se entender qualquer transtorno psíquico é a personalidade É a partir deste posto avançado que todos os transtornos que assolam o contemporâneo podem ser encontrados. Sem a personalidade não há uma real nosologia (estudo das doenças) clínico-psicologica, e por derivação lógica nenhuma nosografia (classificação das doenças) psicopatológica em sentido estrito.



 Sem sua compreensão não há de se falar em tratamento ou combate preciso e eficaz contra esses verdugos da alegria e felicidade humana: depressão, transtorno de ansiedade, pânico,enfim, até porque esse são adoecimentos do Ser e não posso esquecer do Ser à medida que os combato, o que tem se tornado um diapasão na nova psiquiatria de norteamento sintomatológico e medicamentoso.



Deste modo, torna-se impositivo o processo (se quisermos superar tais transtornos de verdade) de desvelamento da personalidade que é o equivalente a compreender (ou tentar) o próprio fenômeno do ser-no-mundo, do ser-com, entendam análise, terapia... 



Mas, ai esbarramos no seguinte questionamento, o que é a personalidade? De forma lato pode-se afirmar que a personalidade é o caldeirão de nossos sentimentos, atividade intelectual e comportamento herdados e produzidos na interação sociocultural. Segundo a psiquiátrica e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva a personalidade é “um conjunto de padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos que uma pessoa apresenta ao longo de sua existência.” (Silva – 2013).



 Do que foi dito fica mais que claro que a personalidade é uma síntese de dois eixos fundantes: primeiro aquilo que herdamos geneticamente de nossos pais e em segundo lugar as experiências que adquirimos dentro das relações de interatividade básicas (família, colégio, amigos, enfim) e as mais complexas (faculdade, trabalho, casamento, enfim).



Com isso estou querendo asseverar que nossa personalidade é tudo o que somos. Que é através dela que existimos no mundo como atores e talvez protagonistas, eu disse talvez... 

Afirmar a personalidade é afirmar a individualidade e no mesmo movimento nossa diferença, pois, ela também nos diferencia do outro nessa Babel de Seres. A personalidade é meu portfólio, meu cartão de visitas.





 É a partir desta base avançada que é a personalidade que todos os transtornos que assolam o contemporâneo partem em seu ataque, infelizmente bem-sucedidos contra a saúde da alma na nossa geração. É por meio destes como via de acesso que o homem pós-moderno é infectado e convalesce no corpo e nas emoções.



 Dai que se quisermos uma vivencia distanciada destes transtornos devemos cuidar melhor de nós e de nossas relações, ou seja, cuidar com mais acuro de nossa personalidade, entendeu?



Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico e Filósofo


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

The Divine Self-Revelation and the Work of the Reformed Theologian

  Our activity as public theologians fundamentally depends on theological work. This work, in turn, originates from the hermeneutical perception that God communicates with His moral creation made in His image ( imago Dei ), meaning the understanding that God has spoken to His creation. This speaking is obviously mediated ( Vermittelte ); it does not come to us in a literal divine discourse but is instead unveiled, adapted, and contextualized to our condition as creatures, to our essential limits and frailties—namely, understanding, imagination, and perception. As R.C. Sproul explained: God addresses us on our terms, and because He made us in His image, there is an analogy that provides a means of communication with Him (Sproul - 2017).   This means used by God to reveal Himself to His creation is designated by theology as revelation ( g’lâh, apokalypsis, phanêrosis ). Revelation is, therefore, the way God unveils or reveals Himself (epistemology) to His creation in what i...

Jesus o criador

  Cristo como o filho eterno gerado por Deus/Pai é parte de uma relação divina que foi designada na tradição teológica cristã de a trindade, ou triunidade divina. Nessa correlação dentro da ontologia que inclui o Espírito Santo ( Ruash L’Qadosh ) todos possuem a essência divina ( ousia ) distinta em modos de subsistência ou pessoalidade (personas). Esse entendimento foi bem firmado em um símbolo confessional antigo, o credo de Atanásio e inserido dentro do Livro de Concórdia, documento confessional Luterano: E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma só –igual em glória, coeterna em majestade (Livro de Concórdia, São Leopoldo, Porto Alegre, Concórdia/Sinodal, 2023). Vemos também essa confissão de uma visão trinitária de Deus em outro credo confessional, A Fé ...

SOMOS UMA GERAÇÃO DIGNA DE LAMENTO

Penso que somos uma geração que até o momento não provamos do poder real do Evangelho da graça. Não me compreendam mal, não estou dizendo que não temos um conhecimento intelectual e teológico   das doutrinas da graça, não estou também afirmando que não temos milagres, conversões, nem tão pouco estou sugerindo que não temos um grande império religioso com nosso templos abarrotados de fieis. Fazer uma declaração assim seria contrario senso, o que estou tentando delinear é que até então somos uma geração espiritualmente pobre de uma verdadeira experiência com o poder da graça do Deus trino como tornada disponível no Evangelho de Cristo (Tt 2.11-13). Você deve estar indagando por que ele diz isso? E tem toda razão de assim fazê-lo visto que essa é uma declaração ousada e comprometedora pelo seu conteúdo. Então por que estou fazendo isso? Bem minha afirmação não é arbitrária, mas resultado de uma reflexão madura e profunda do próprio Evangelho como quando confrontado com a prá...