Pular para o conteúdo principal

Vencendo as tentações nas provações


As tentações são realidades que se impõe; sobretudo, em momentos de provações agudas. Essa verdade é axiomática na Escritura que de tão verdadeira quase pode se tornar um clichê (quase!), particularmente Tiago (Tg 1.2-15) aborda essa relação intimamente perigosa entre tentação e provação. Como superá-la? Como passar pela provação sem sucumbir diante do poderio da tentação?
 A resposta de Tiago é que primeiro devemos perseverar na fé (v-12), que é o mesmo que insistir em vivenciar o poder do evangelho em nosso interior como redimidos pela Palavra da Verdade; a apropriação lídima dos meios de graça: oração, leitura e exame responsivo da palavra, participação consciente, rotineira e fiel nas ordenanças; envolvimento cotidiano na comunhão dos santos.

Em segundo lugar Tiago afirma que precisamos  ter uma visão correta de Deus, conhecer a harmonia de seus atributos numa relação prática ainda mais em tempos de provação (v-13), ou seja, para Tiago sem um conhecimento teológico adequado, bíblico, coerente de Deus não conseguiremos superar a tentação no momento da provação cairemos ou em queixa murmuriante contra Deus ou no cinismo desbragado da via do bode expiatório como bem teorizou René Girard.

Terceiro Tiago deixa mais que claro que tentação é quando a provação catalisa os poderes latentes da cobiça e pulsões dentro de nós (vs-14-15), sem compreender isso e buscar recursos em Deus para sobrepujar a si mesmo, a luta contra essa descomunal presença atraente da tentação no momento da provação não passa de uma peça, ou quando muito uma confiança  utópica e narcotizante, pois, a possibilidade de triunfo é menos que nada.  Pense Nisto. SDG.

Rev. Marcus King Barbosa – Ministro do Evangelho, Psicanalista Clínico e Filósofo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

The Divine Self-Revelation and the Work of the Reformed Theologian

  Our activity as public theologians fundamentally depends on theological work. This work, in turn, originates from the hermeneutical perception that God communicates with His moral creation made in His image ( imago Dei ), meaning the understanding that God has spoken to His creation. This speaking is obviously mediated ( Vermittelte ); it does not come to us in a literal divine discourse but is instead unveiled, adapted, and contextualized to our condition as creatures, to our essential limits and frailties—namely, understanding, imagination, and perception. As R.C. Sproul explained: God addresses us on our terms, and because He made us in His image, there is an analogy that provides a means of communication with Him (Sproul - 2017).   This means used by God to reveal Himself to His creation is designated by theology as revelation ( g’lâh, apokalypsis, phanêrosis ). Revelation is, therefore, the way God unveils or reveals Himself (epistemology) to His creation in what i...

Jesus o criador

  Cristo como o filho eterno gerado por Deus/Pai é parte de uma relação divina que foi designada na tradição teológica cristã de a trindade, ou triunidade divina. Nessa correlação dentro da ontologia que inclui o Espírito Santo ( Ruash L’Qadosh ) todos possuem a essência divina ( ousia ) distinta em modos de subsistência ou pessoalidade (personas). Esse entendimento foi bem firmado em um símbolo confessional antigo, o credo de Atanásio e inserido dentro do Livro de Concórdia, documento confessional Luterano: E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma só –igual em glória, coeterna em majestade (Livro de Concórdia, São Leopoldo, Porto Alegre, Concórdia/Sinodal, 2023). Vemos também essa confissão de uma visão trinitária de Deus em outro credo confessional, A Fé ...

SOMOS UMA GERAÇÃO DIGNA DE LAMENTO

Penso que somos uma geração que até o momento não provamos do poder real do Evangelho da graça. Não me compreendam mal, não estou dizendo que não temos um conhecimento intelectual e teológico   das doutrinas da graça, não estou também afirmando que não temos milagres, conversões, nem tão pouco estou sugerindo que não temos um grande império religioso com nosso templos abarrotados de fieis. Fazer uma declaração assim seria contrario senso, o que estou tentando delinear é que até então somos uma geração espiritualmente pobre de uma verdadeira experiência com o poder da graça do Deus trino como tornada disponível no Evangelho de Cristo (Tt 2.11-13). Você deve estar indagando por que ele diz isso? E tem toda razão de assim fazê-lo visto que essa é uma declaração ousada e comprometedora pelo seu conteúdo. Então por que estou fazendo isso? Bem minha afirmação não é arbitrária, mas resultado de uma reflexão madura e profunda do próprio Evangelho como quando confrontado com a prá...