Umas das coisas que nos diferencia da infância é a percepção clara de nossa vulnerabilidade, fragilidade e a firme persuasão de nossas limitações. Quando criança, geralmente pensamos que somos imbatíveis, de que sempre venceremos e nunca seremos derrotados, como escreveu Madeleine L’Engle: Quando éramos crianças, pensávamos que quando crescêssemos não seriamos vulneráveis, mas amadurecer é justamente aceitar a vulnerabilidade – estar vivo é ser frágil (L’Engle -2007).
Na verdade, esse desanimo extremo e angustia
que muitas vezes satura nosso interior, subjetividade quando passamos por
conjunturas e circunstâncias desagradáveis, hostis e antagônicas, faz parte,
são resquícios de uma temporalidade psíquica inicial de nossa formação identitária
que insiste em permanecer atuante e dinâmica e forja esses elementos imaginários
e simbólicos.
Porém, precisamos, para
crescer ou mesmo se erguer compreender que ser maduro e aceitar que a existência-no-mundo (Existenz in der Welt)
é algo duro e angustiante, que infelizmente o existir é equilibrar a realidade
concreta de vitórias e derrotas, êxito e fracasso e muita decepção e tropeços
na jornada existencial. Na verdade, precisamos entender que ninguém está livre
de fracassar, de ser enganado, de se decepcionar profundamente, enfim.
Daí que, sem ler a existência
dessa forma estaremos fadados a vivermos uma vida frustrada, amarga e niilista
ou uma fantasia utópica, fanática, delirante, quase esquizofrênica. Esse tipo
de reação não nos habilita a recuperações, reequilíbrios e reviravoltas
lembre-se disso. Portanto, que vivamos uma vida madura e cheia de fé, amor,
compaixão, empatia e Deus. SDG.
Drº
Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico, Psicoterapeuta
Integratista, Filósofo, Teólogo e Pastor
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