A sociedade pós-moderna
está um caos. Isso é fato, e cá pra nós as medidas encontradas para resolução parecem
que estão tornando-a pior, você não tem essa impressão? A verdade é que
enquanto se procurar resolver a crise social e política da nossa comunidade à
revelia do próprio e precedente comprometimento da Cultura (como eixo fundante
para o ser-ai-no-mundo) continuaremos com essas ‘soluções’ epidérmicas e profiláticas
que só mascaram muito mal o mostro que a tudo devora.
Estamos socialmente em
crise, porque estamos existencialmente em crise, porque estamos culturalmente
em crise, e quando me reporto a Cultura, não estou abordando um segmento desta,
o estético-poético: dança, música, literatura, enfim. Mas a somatória da vivencia,
conhecimento e comunitarismo da espécie humana envolvendo, em suma, toda sua
realidade existencial como ser humano na história e no tempo.
Portanto, quando falo da
crise da Cultura como causa motriz da problemática da nossa era, estou me
referindo a crise da espiritualidade, da família, do trabalho, da sobrevivência,
da educação, enfim. Porque todas estas são engrenagens para aquilo que
conhecemos como Cultura. Imaginem por exemplo se tivéssemos uma Educação que
correspondesse ao seu papel de agenciamento para formação do ser-aí-no-mundo
junto com a família, nem no seu lugar, nem indiferente a ela, mas numa parceria
proativa e dinâmica quanto isso não contribuiria para colocar um cidadão
protagonista e pronto para assumir seu papel na sua comunidade? Mas temos essa
Educação? Será que a maioria dos agentes da Educação são assim como descreveu
Alicia Fernandez:
“Se um
aluno "está no mundo da lua", o problema do professor será o de como
trazer a "lua" ao mundo da criança, já que, se quiser expulsar a
"lua" da aula, expulsará também o aprendente que há em seu aluno. Por
outro lado, essas "luas" costumam estar habitadas pelas situações mais
dolorosas da vida das crianças” (Fernandez – 2001).
Se todos fossem assim
não teríamos tanta gente no mundo da lua (ampliando o escopo da metáfora da
autora) de serie em série até abandonar a escola ou sair dela engrossando o
caldo de psicopatologia, desajuste e ineficiência social, familiar, política...
É fundamental então revermos
em seu sentido mais amplo os descaminhos da Cultura pós-moderna e refazer,
reformatá-la com urgência porque senão teremos muito mais do que 10 cabeças
nessa Hydra que está a nos engolir dia após dia. Pense Nisto. SDG.
Rev. Marcus
King Barbosa
– Psicanalista Clínico e biopsicossocial, Filósofo da Cultura, Teólogo
Reformado e Pastor
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