Todos estamos
expostos a possibilidade de passarmos por um transtorno psíquico, alguns, por grandes
transtornos, neste sentido a diferença é apenas de ordem e forma. O que
distingue um sujeito do outro nesta questão em particular é a origem dos transtornos
e a maneira de encará-los.
Desse
modo, pensando na origem dos transtornos pode se estabelecer os seguintes macro
marcadores ou recortes: endógeno, exógeno, conjuntural, religioso, existencial,
enfim. O fato é que os transtornos enfrentados pelo humano são multifatoriais e
complexos na sua formação e causas (etiologia). Essa condição da origem dos transtornos
psíquicos torna sua abordagem somiotécnica (etiologia, diagnóstico,
prognósticos, enfim) complicada, seu tratamento tão dificultado e a solução
custosa e, em muitos casos, algo remoto que gera frustação e desânimo quando não
outros sentimentos mais sombrios nos acometidos por eles.
É mais
que óbvio, portanto, que a incapacidade de identificação inequívoca da geratriz
dos transtornos psíquicos contamina tudo que diz respeito a seu tratamento
transformando a busca por cura e solução uma peripécia ou saga notadamente no
contexto brasileiro. Nesse sentido é capital se estabelecer, de pronto, a
abordagem adequada, o caminho assertivo que se vai tomar para não se alienar no
emaranhado de pseudopossibilidades diagnósticas e atalhos terapêuticos indevidos.
Alguns atordoados com a falta de clareza
etiológica e desanimados com a imprecisão prognóstica de seu transtorno tomam o
caminho profilático do tratamento sintomático enfrentando tão somente os
efeitos e consequências de sua moléstia. E veja bem, esse tipo de tratamento epidérmico,
sintomatológico não está restrito aos transtornos psíquicos, mas é uma atitude
que se dá em nível conglobante e multidimensional, envolvendo os problemas
conjugais, familiares, existenciais ...
De
sorte que há uma indisposição em abordar a origem, o núcleo alimentador dos
transtornos entre muitos profissionais do mundo psi permitindo com isso que esses
transtornos ganhem corpo e progridam assustadoramente. Tome por exemplo, as
depressões, quantos não estão encetando uma abordagem contra elas da maneira
que acabo de descrever, apenas a partir de uma dinâmica terapêutica unilateral,
ou seja, medicamentosa, sintomática dopando de medicação seus pacientes (e por
conta da psicoadaptação aumentando mais e mais, dosagem e por fim substancia),
mas sem realmente chegarem (alguns nem querendo mesmo) ao cerne, ao foco, o
principio alimentador e determinante dos processos depressivos enfrenta; e, por
conta disso, sem de fato o combaterem possibilitando que estes se diferenciem,
estabeleçam co-morbidades, tais como: transtorno de pânico, transtorno
obsessivo-compulsivo, anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da
personalidade borderline,enfim, como o DSM-V assevera acima de qualquer
disputa: Outros transtornos concomitante aos quais o transtorno depressivo
maior frequentemente ocorre são transtornos relacionados a substâncias,
transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia nervosa,
bulimia nervosa e transtorno da personalidade borderline. (DSM-IV. Porto Alegre: Artmed, 2014).
Na
verdade, esses transtornos psíquicos precisam ser realmente enfrentados se
quisermos uma cura real, experimental, para tanto é impositivo que
compreendamos qual sua origem, seus sinais, prognósticos, enfim. É necessário
que saibamos com que tipo de transtornos se está lidando (diagnóstico) e não
apenas nos preocupamos como se livrar dos seus sintomas (sintomatologia), se
assim fizermos com absoluta certeza conseguiremos enfrenta-los de maneira
correta com enormes expectativas de uma cabal resolução. Pense Nisto! SDG
Marcus King Barbosa –
Psicanalista Biopsicossocial, Terapeuta Holístico, Filósofo da Cultura e
Teólogo Reformado
Comentários
Postar um comentário