Trans-formação é uma necessidade da
humanidade; sobretudo, a luz de sua alienação (Entfremdung) inegável de si mesma
e do outro. Quando me reporta a trans-formação me dirijo aquele fenômeno que
nos toma com ímpeto arrebatador, sincero, intenso...
Outra coisa importante sobre a
transformação é que em nenhuma hipótese ela se relaciona com gestão de imagem
tão comum e naturalizada na pós-modernidade, mas é algo que nos atinge
matricialmente no cerne, núcleo da nossa interioridade e, por força de consequencia,
na nossa pessoalidade, portanto, ontológica e dinâmica.
Bem, essa profunda alteração do tecido
ontoexistencial só é possível pela incorporação de um princípio de alta
largueza, a saber, o reconhecimento de quem se é, não do que se impostoramente
se vende, se idealiza, se menti, mas o que se é, numa espécie de afogamento
batismal, um real encontro libertário (libertäre Begegnung). Tudo começa ai, sem
o qual não se pode falar francamente de transformação. Na verdade, esse
reconhecimento é uma plataforma de lançamento poderosa, através dele experimentamos
uma transmutação pessoal com apelo e repercussões em vários planos da
existencialidade: relacional, ético e comunitário. Essa transformação, por fim,
se fulgura em um luminosa transvaloração (transvalue) irremissível, de valor
magno e dinamismo presente até nossa derradeira peça terrenal.SDG.
Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico,
Psicoterapeuta Holístico, Teólogo e Filósofo
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