Jacques
Lacan enunciou que: o paciente não sente angústia por falar na terapia,
sente angústia por ter que escutar o que disse. Aqui temos uma
grande oportunidade de ouvir no site analítico a instancia do simbólico, na
figura do in-consciente e seu trabalho de garimpagem trazendo a superfície o
que está no universo submerso de nosso self ou que foi para lá e está
retornando. Quais seriam essas oportunidades?
Primeiro
a possibilidade de exteriorização do
saber que não-se sabe a medida que se escuta o que se diz. Ou
seja, toda vez que nos expressamos em terapia, estamos diante da oportunidade
de trazer à tona conteúdos profundos de nossas profundezas e zonas abissais.
Desse modo, a angústia brota não em está falando, mas sim em está se ouvindo, a
surpresa da escuta.
Segundo
a possibilidade de
enfrentamento das áreas cinzentas nebulosas de nosso caráter,
sorvendo verdadeira transformação que ocorre quando somos capazes de encarar
aquilo que emerge desse processo, enfrentando nossos medos, conflitos e
contradições.
Terceiro
a possibilidade de
amadurecimento existencial visto que ouvir a nós mesmos pode ser desafiador,
pois nos confrontamos com aspectos de nós mesmos que preferiríamos ignorar.
Assim, é nesse confronto que encontramos uma trilha para compreender e integrar
esses conteúdos, promovendo um processo de autoconhecimento e crescimento
pessoal.
A análise
nos convida a acolher aquilo que emerge do nosso próprio discurso, enfrentando
a angústia e trans-formando-a em um caminho para a autodescoberta
e cura na subjetividade. É no ato de escutar a nós mesmos que encontramos a
possibilidade de nos tornarmos mais maduros e autênticos. SDG.
Dr.
Marcus King Barbosa
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