A vida
cristã é uma jornada que, para muitos, é
historicotemporalmente longa. Como se pode viver uma jorna dessa natureza de
modo confortável? Como podemos em sentido prático e real viver esse desafio existencial
com Jesus com êxito e conforto? A revelação bíblica nos concede algumas pistas,
alguns indícios preciosos.
Primeiro
é possível viver o conforto existencial por meio do exercício da fé em Cristo
que me torna pertencente ao reino de Deus
Entendam
que a fé não só nos aproxima de Jesus, ela nos insere no âmbito de seu reino.
De fato, esse é o principal escopo da fé dentro do plano redentivo. Aquele que
crê entrega sua via por inteiro ao Senhor Jesus, sem reservas ou parcimônias. O
apóstolo Paulo ao argumentar que o discípulo deveria viver uma vida santa e de
total integra a Cristo fez isso a partir da realidade de pertencimento a Deus
que a fé impunha: “18 Fugi, portanto, da imoralidade sexual. Qualquer
outro pecado que uma pessoa comete, fora do corpo os comete; todavia, quem peca
sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.19 Ou ainda não entendeis que o
vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da
parte de Deus, e que não pertenceis a vós mesmos? 20 Pois fostes comprados por
alto preço; portanto, glorificai a Deus no vosso próprio corpo” (1 Co
6.18-20). Vejam que na perspectiva de Paulo somos um santuário que pertence
exclusivamente a Deus. E isso é resultado da presença santificadora do Ruach L’Qadosh.
Segundo Eckhart J. Schnabel: O cristão não pertence a si mesmo e,
portanto, não deve decidir sozinho –
independentemente do Senhor e do Espírito (Schnabel – 2018).
Em segundo
lugar uma vida existencialmente confortável é possível por meio da
experimentação dos efeitos da obra redentora e Cristo
Essa
obra realizada em nosso favor é a geratriz que torna tangível uma existência que
deseje ser necessariamente confortável. E por quê? Por conta de que através
dela Deus resolve todas as implicações
do pecado, do nosso pecado em nossas vidas (1 Jo 1.7-8; 2.1-2). Charles H. Spurgeon comentado essa fabulosa epistola de
João asseverou: Oh, essas palavras, e mais especialmente aquela gloriosa palavra
“ todos! “Isso deve incluir o pecado mais vil que já manchou a natureza humana,
a sujeira mais negra que já saiu do coração negro do homem (Spurgeon -2021).
Em outro lugar a Revelação destaca a perfeição e suficiência do sacrifício de Jesus,
não deixando espaço para quebra de maldições ou complementos em nenhum sentido:
12
Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados,
assentou-se à direita de Deus, 13 aguardando, daí em diante, até que os seus
inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. 14 Porque, com uma única oferta,
aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. 15 (Hb 10.12-14). Notem que o autor salienta a eternidade da oferta e o aperfeiçoamento completo
da salvação que atingirá, no seu tempo, o apogeu na vida dos que estão sendo processualmente
santificados (hagiazoménous – verbo particípio presente).
A
terceiro uma vida existencialmente confortável é produzida pela experimentação
dos efeitos a vitória sobre o mundo espiritual caído
Uma existência
em paz e conforto é fruto da anistia do império, do controle dos agentes
espirituais liderados por Satã (Cl 1.13). Entendam que seria complicada e ambígua
uma existência “confortável” se ela fosse assolada pelos ataques e acusações proveniente
dos anjos caídos. Imaginem que tranquilidade existencial brotaria em face de
uma artilharia de atuações insidiosas de Satanás e seus anjos? Evidentemente
que nenhuma paz, conforto seriam gerados desse contexto. Entretanto,
a Revelação reponde a esse desafio a altura destacando que em sua obra
mediadora Jesus confrontou e sobrepujou, venceu o maligno e seu ministério dos
horrores (Hb 2.14-15). O apóstolo João que a obra de Cristo como seu propósito
não apenas redimir o povo eleito de Deus, mas avassalar, concutir plenamente a
obra deformadora e aviltante de Satã: 8 Mas, quando continua a pecar,
mostra que pertence ao diabo, pois o diabo peca desde o início. Por isso o
Filho de Deus veio, para destruir as obras do diabo. (1 Jo 3.8). Segundo Warren Wiersbe em seu comentário
Jesus veio para conquistar o poder usurpatório em sentido completo: Quando
veio à Terra, Jesus invadiu o "palácio" de Satanás. Quando morreu,
rompeu o poder de Satanás e tomou seus bens! (Wiersbe – 2023).
Aqui
encerramos enfatizando uma vida existencialmente confortável é sim possível,
porém, ela depende de uma relação vertical com Deus, centrada na figura
redentora de Jesus e a vivenciação das implicações de sua obra salvadora,
redentora por meio da fé, no Espírito.
Na verdade, sem esse relacionamento e toda sua contextura em favor do
salvo é impossível viver uma vida realmente confortável nessa jornada
existencial. SDG.
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