O Evangelho e aquilo que entendemos ser o evangelho
Quando avalio o quadro de respostas éticas que a igreja moderna vem dando a percepção e sentido que Cristo tinha do papel fundamental do Evangelho fico com seríssimas dúvidas.
Essas dubitações são
resultados da ausência capitular dos efeitos que se pode entender, grosso modo,
dos frutos do Evangelho na vida humana em senso pleno. E que Jesus compreendia
que fossem as manifestações, os sinais dele na existência dos seus discípulos em
sua comunidade espiritual.
Portanto, para Cristo (e
depois sua comunidade eclesial e teologica) o Evangelho tinha o poder celestial
de livrar as pessoas da alienação e perversão edênica que habita por mediação
pactual em Adão (Rm 5.12) o mais profundo dos seus corações e os recessos mais intocáveis
das suas almas (Mt 15.18-19).
Na forma de entender o mover
redentivo do Espírito no Evangelho através do seu trabalho modelar sob os
escombros da catástrofe da queda humana Jesus descrevia um movimento
progressivo e iluminativo de liberação do cativeiro imposto que alteravam
sensivelmente os relacionamentos (Rm 6.17-18). Primeiro a relação com o próprio
Deus (Rm 5.1-2). E em consequência os efeitos nas relações intersubjetiva,
interpessoais e fraternas entre os homens e notadamente sua comunidade.
Segundo Jesus não poderia
existir verdadeira experiência com o Evangelho onde não houvesse
extraordinariamente: paz, reconciliação autentica, rejeição aos vícios da
carne, misericórdia e muito amor (1 Co 13.1-8).
Aí nesse ponto nuclear se dá a
devida problemática aventada na introdução, isso porque a igreja nos moldes líquidos
está saturada de uma tendência de real antagonismo a pequena listagem que fiz
como exteriorização do poder transformador do Evangelho. Na verdade, se você
observar com mais detalhe vai perceber com assombro que essa versão do
evangelho tem entrado nas igrejas como cavaleiro solitário.
Agora é notório que Jesus como
portador da presença do Evangelho ao asseverar que se ele libertasse alguém
essa liberdade adquirida seria autentica, experimental e historicamente real
(Jo 8.36) estava falando sério!!! Há um liame indestrutível entre o Evangelho
em sua luminosidade e a liberdade, ou seja, das emoções e da mente.
O resultado disso é que Evangelho
nos dá novos sentimentos, nos cura das velhas feridas, nos dá novos pensamentos
permitindo que construamos aquilo que Deus designa de Nova Jerusalém, que já
pode até começar como esboço aqui e agora (Ap 21.9-14). SDG
Dr Antonio Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico, Psicoterapeuta Integratista, Filósofo e Teólogo
Reformado
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