Psicologia do desenvolvimento é a disciplina dentro da
psicologia que aborda cientificamente o processo de desenvolvimento
multidimensional do psiquismo humano a partir de seu nascimento até sua morte à
medida que este interage com às mudanças decorrentes desse desenvolvimento na
relação temporal. Segundo Clara R. Rapparport a psicologia do desenvolvimento representa uma abordagem para a compreensão da criança
e do adolescente, através da descrição e exploração das mudanças psicológicas
que as crianças sofrem no decorrer do tempo. A Psicologia do Desenvolvimento
pretende explicar de que maneiras importantes as crianças mudam no decorrer do
tempo e como essas mudanças podem ser descritas e compreendidas” (Rappaport,
Fiori, Davis -1980).
No processo de desenvolvimento socioafetivo
propriamente dito estão imbricados vários processos: sujeitos, interações,
vontades, desejos, sentimentos…
Entretanto, o que seria o desenvolvimento
socioafetivo? O desenvolvimento socioafetivo é a construção da
afetividade dentro do universo dinâmico das interações sociais à medida que
essas interações são a base pelo qual se constituem o sujeito e que em falando
em marco temporal se estabelecem nos primeiros 5 anos de vida.
Na verdade, essa interações constituem etapas
relacionais extremamente interpenetrável. O Desenvolvimento psíquico decorre de
etapas relacionais, sendo os cinco primeiros anos de vida fundamentais para sua
estruturação (Bataglia, 2009).
Socioafetividade e construção psicossocial
Partindo do
pressuposto de que o desenvolvimento socioafetivo
tem sua base de lançamento na fusão de duas realidades: afetividade e dinâmica
social é pertinente que exploremos mais esse marcador afirmando que a afetividade
é construída ou se constitui a partir de
um amalgamar multivetorial de aspectos
biológicos, hereditários e interacionistas.
Neste sentido é concomitante e simultâneo a própria
formação da personalidade. O que é a
personalidade? Um
conjunto de valores, sentimentos e reações que descrevem a pessoa, naquilo que
ela se singulariza e distingue-se do
Outro. A personalidade
representa àquela parte do indivíduo que é mais representativa da pessoa, não
apenas porque a diferencia dos outros, mas principalmente porque é aquilo que a
pessoa realmente é” (Hall, Lindzey & Campbell - 2000).
Descrição das escolas e teóricos do desenvolvimento da
personalidade
Nesse caminho podemos destacar que a tentativa
de se sistematizar a compreensão da personalidade segue trilhas conceituais que
desembocam em três grandes eixos principiológicos. Organicista – A ênfase é dada aos processos internos. O processo
evolutivo se caracteriza por se dirigir a uma meta. Mecanicista –
o importante não é o que há dentro do organismo, senão o que vem de fora e o
molda. Interacionista – Essa leva em conta a conexão dos aspectos
psicológicos com os biológicos e historicossociais.
Esses eixos por seu turno correspondem a escolas e teorias acerca da
personalidade que por falta de espaço apenas abordarei três e por força de coerência
didática visto que as outras que figuram no escalonamento doutrinário são
afluentes e desdobramentos desses sinalizadores primários.
Teoria Psicanalítica
A primeira
delas, por questões óbvias é a teoria psicanalítica. Na verdade, o que nos interessa
nesse artigo é o aspecto psicossexual desta teoria que pode-se descrever da
seguinte forma. A personalidade, para Freud, é construída por três
sistemas: id, ego, superego. Ele salientava que cada sistema possui
características, funções, mecanismos próprios, interagindo estreitamente entre
si. Ao
mesmo tempo segundo ele, esses sistemas operam dentro de três instâncias
psíquicas: inconsciente, pré-consciente e o consciente. Alguns teóricos designam
esses dois polos, de abordagem econômica e topográfica.
Retornando personalidade Freud salienta ainda que o
desenvolvimento psicossocial apresenta fases que podem ser descritas como: oral,
anal, fálica, lactência e genital.
Teoria dos estágios cognitivos de Piaget
A segunda teoria sobre a personalidade é muito
conhecida nos círculos educacionais . Essa teoria foi projetada de maneira
vertiginosa por Piaget que entendia que o desenvolvimento da personalidade
infantil apresenta períodos ou estágios definidos, caracterizados pelo
surgimento de novas formas de organização mental.
Cada
estágio se caracteriza por uma maneira típica de agir e de pensar, ou seja, a
criança passa de um estágio a outro de seu desenvolvimento cognitivo, quando
seus modos de agir e pensar mostram-se insuficientes ou inadequados para
enfrentar os novos problemas que surgem em sua relação com o meio.
Segundo Piaget esses estágios funcionam como
transições que se de concretizam na maturidade da personalidade que se dá nos
12 anos. Esses estágios são quatro e foram denominados por Piaget na seguinte
sequencia: Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos); Pré-operatório (2
aos 7, 8 anos); Operatório-concreto (8 aos 11 anos); e Operatório-formal
(acima de 12 anos).
Historicointeracionista (continua
próximo artigo)
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