A Dependência de Deus é uma das atitudes que marcam decisivamente a caminhada dos discípulos de Jesus. A dependência da misericórdia divina que nos capacita a fazer o melhor mesmo em; sobretudo, situações de crise e precariedades. Essa necessária dependência bani com vigor toda espiritualidade de demonstração, colocando em seu lugar uma relacionalidade aberta para o todo de Deus para nossa existência.
Outra coisa vital na dependência de Deus é que ela
denuncia até não poder mais todo esse crescimento sintético filho da lógica de
mercado que acachapa o poder energético (dynamis)
do Ruach L’ Qadosh (Espírito Santo)
possibilitando essa feia comercialização do sagrado que mediocriza o Evangelho
que, por conta disso, não consegue dirimir o natural impulso edênico de
produzir os enganos arquitetônicos das relações.
Sem entrega sincera total, sem restrições nas mãos
poderosas do TodoPoderoso (pantokrator)
não há como vivenciar a conversão (metanoia)
que por falta de uma definição melhor, pode-se
dizer que é a vontade transmudada de viver uma versão nova de vida. Esse
retorno da alma (n’phesh) a Deus
lida com a vunerabilização de nosso interior, emoções e pensamentos (nous) deificados pela síndrome do Éden.
De fato, sem o novo nascimento, o nascimento do alto,
celestial no mais profundo da nossa interioridade ficamos inermes diante da
lógica e exigências tirânicas do desejo, pulsão (trieb, epithomias) produção de nossa química cerebral, fantasias
psicológicas e indução ideológica da sociedade de consumo. Apenas sob os
cuidados do Deus de todo misericórdia encontraremos a âncora para nossa peregrinação
e assim podemos encarar o todo de nossa existência. E dependendo da transformadora
misericórdia de Deus que acharemos a via de acesso seguro para a herança da
Redenção.
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