Na maioria das vezes quando um paciente procura um auxilio psicoterapêutico ele encontra-se geralmente num profundo é grave conflito. Mesmo que esse conflito, essa neurose ocorra por conjunturas externas e geograficamente estabelecida, o conflito, por seu turno, enseja dois dimensionamentos: interior e exterior, consciente e inconsciente. Essa dualidade traz dois impulsos e perspectivas diretivas que se torna efetivamente o locus da abordagem e metodologia de todo o processo psicoterapêutico desde o diagnóstico até o tratamento.
Do ponto de vista da
realidade consciente, exteriorizada e experimental o paciente apresenta queixas
sintomáticas: angustia, insônia, fobias, problemas de relacionamento, de saúde física
e tantos outros males. Está ele querendo curar-se desses sintomas, porque sofre
com os bloqueios internos da personalidade, porque percebe restrições que
inibem a liberdade pessoal do ser e do crescer, enfim.
De fato, o reclame tem seu
mérito, mas é importante reconhecer que qualquer conflito, que impeça o
desabrochar equilibrado e progressivo do ser, acaba por refletir-se em
problemas psíquicos e psicossomáticos. Mas é importante ainda é lembrar que não
são tanto as situações problemáticas em si que nos fazem sofrer e sim a atitude
que assumimos diante destas situações. Bem, ai se fixa uma enorme problemática...
Por outro lado, do ponto de
vista do inconsciente, ele tem sua manifestação pautada pelas diretrizes estatuída
pelo ego, quando essas diretrizes são harmônicas com o patrimônio identitário do
paciente, o inconsciente, cuja junção deveria ser de assessoria, adapta-se e
ajuda o consciente nessas decisões, se tornando um grande parceiro.
Entretanto, quando essas
escolhas do ego trazem desalinho com aquilo que o inconsciente já determino
como o para-si-mesmo do indivíduo, todo um processo de manipulação, revides e ataques
são produzidos, de tal monte que nos tornamos vítimas de sua ingerência desmedida
e indevida.
Daí que quando o nosso
inconsciente (no gerenciamento do Id) assume uma cadeia de comando opositiva as
outras instancias do nosso ser, a saber, o ego e o superego uma desordem geral se
manifesta, que de maneira inicial se exterioriza por meio de ansiedade e
angustia e, num segundo momento, através das mais variada sintomatologias e comportamentos
reativos e psicossomáticos.
Dessa linha de posição já
ficou mais que provado que a dificuldade que temos em assumir o comando consciente
de nós mesmos e a causa primeira dos desequilíbrios psicológicos e do
desenvolvimento psicogênico de inúmeras doenças físicas, emocionais e psiquiátricas
que essa geração vivencia, visto que potencialmente nosso inconsciente teria
poder suficientemente forte para impedir estes desajustes, mas que o conflito
existente entre nossas opções autodeterminadas e o arcabouço que define aquilo
que conceituamos como inconsciente, torna tal opção, no mais das vezes,
invalida obstruindo o duto precioso e decisivo de recursos para curar todos
esses males psiquicamente gerados.
O que podemos concluir do
que argumentamos até o presente? Simples, precisamos entender bem toda essa arquitetura
subjetiva e como ela se relaciona com nosso eu, ego e nossas decisões. Tal
atitude importará em uma profunda análise dinâmica de nossos valores aparentes e
aqueles ocultadas sobre a película encobridora de nossa interioridade mais
inacessível, inabordável. Em resumo, ouvir a orientação socrática de que
precisamos conhecer mais a nós mesmos. Porque assim fazendo teremos mais
condições de superarmos muitas coisas e situações que agora vivenciamos,
lamentavelmente. SDG.
Dr. Marcus King Barbosa
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