É uma grande verdade que um grande número dos pensamentos que temos ao longo do dia fazem parte de um fluxo de processamento cognitivo que se encontram dentro do exercício dinâmico do Ego em seu consciente. Esses pensamentos automáticos normalmente são privativos, e ocorrem de forma rápida à medida que se desarrolha o processo dinâmicos do nosso existir e nossos afazeres cotidianos.
O problema é que um sem número de pessoas com transtornos psíquicos, como depressão, ansiedade ou síndrome do pânico frequentemente vivenciam e revelam inundações de pensamentos automáticos que são desadaptativos ou distorcidos. Esses pensamentos que em sua formação geram reações emocionais dolorosas e comportamento disfuncional ampliam e (segundo muitas teorias) estão correlatos a própria formação desses transtornos.
Um dos indícios mais importantes de que os pensamentos automáticos podem estar ocorrendo em um viés clínico efetivo é a presença de emoções fortes. A relação entre eventos, pensamentos automáticos e emoções é ilustrada em muitos casos clínicos indisfarçadamente.
Na verdade, um grande número de pesquisas confirmaram que as pessoas com depressão, transtornos de ansiedade e outros quadros psiquiátricos tem uma massiva manifestação de pensamentos automáticos distorcidos, inclusive em transtornos como os depressivos, esses pensamentos autômatos se concentram em temas de desesperança, baixa autoestima e fracassos, já no caso do TAG o foco se norteia nos pensamentos automáticos que incluem previsões de perigo, prejuízo, falta de controle ou incapacidade de lidar com ameaças.
Aqui, entretanto, cabe uma vital advertência que se resume ao fato inegável de que todas as pessoas possuem pensamentos automáticos; eles não ocorrem exclusivamente em pessoas com depressão, ansiedade, enfim, até porque muitos desses pensamentos apontam para dificuldades reais, presentes, como destacou o psiquiatra Dr Jesse H. Wright: às vezes, os pensamentos automáticos podem ser logicamente verdadeiros e podem ser uma percepção adequada da realidade da situação (Wright - 2008). Porém, não é sem sentido identificar sua presença nociva e patologicamente deletéria, visto que tal empresa é absolutamente pertinente para auxiliar no combate e cura clínica desses transtornos.
De outra sorte, é importante deixar consignado que esses pensamentos precisam ser combatidos e ressignificados no âmbito cognitivo dos pacientes, se de fato queremos êxito no tratamento desses transtornos que tanto prejudicam não apenas o paciente em si mesmo, como suas relações, indo um pouco mais longe em certo nível de abordagem, tem caracterizado decisivamente a própria modernidade líquida, ou seja, nossa própria geração.
Dr. Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico, Psicoterapeuta, Neuropsicólogo Filósofo e Teólogo Reformado
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