A vida na graça
A escritura não deixa nenhuma
dúvida quanto o fato de que a salvação é uma questão da intervenção graciosa de
Deus: “11
Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora para todas as pessoas” (Tt
2.11). o fator é o que é essa vida salva pela graça? É uma vida afetada no
interior, no núcleo central da existência pela ingerência de Deus que produz
uma viver espiritual absolutamente radical que se expande para uma sucessiva e
linear transformação que se finalizará no evento da glorificação. Essa vida
na graça, chamemos assim, apresenta um processo que a caracteriza e diferencia,
que processo é esse?
O primeiro destes
processos de alteração da existência que a vida na graça apresenta é um novo princípio
essencial do ser. A vida na graça é uma nova vida. Um novo
ser que brota do trono divino como um nascimento celestial: 3 Jesus
respondeu: “Eu lhe digo a verdade: quem não nascer de novo, não verá o reino de
Deus” (Jo 3.3). O texto diz literalmente ser nascido do alto (gennêthê
anwthên). Esse nascimento extraordinário, divino, interiorizado é conhecido
na doutrina fundamental do cristianismo como novo nascimento ou regeneração.
Segundo R.C. Sproul: O novo nascimento, pois, é parte essencial do
cristianismo, sem ele, a entrada no reino de Deus é impossível (Sproul –
2001, p.62).
Paulo salienta que essa
vida na graça estabelece um compromisso inegociável com a piedade que se
aproxima mais e mais de um viver separado e repudia cada momento uma vida
pecaminosa: 12 Ela nos orienta a renunciar à impiedade
e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta
presente era, (Tt 2.12). Isso é a vida na graça, uma
vida piedosa que se direciona para viver no centro da vontade de Deus
produzindo boas obras como resultado de ser esse novo ser (Ef 2.8-10), até
porque as boas obras são a consequência e a evidência de uma vida real com
Deus. Sobre essa vida na graça piedosa comentou Ray Van Neste: “Os cristãos
devem viver vidas santificadas, porque a graça de Deus que nos salva também nos
instrui a viver de uma nova maneira. Ninguém pode dizer que recebeu a graça
salvadora de Deus se também não for um aprendiz no estilo de vida possibilitado
pela graça”.
Portanto, a vida na graça
também é uma existência de servos de Deus: 15 E então? Havemos de pecar
porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum! 16 Será que
vocês não sabem que, ao se oferecerem como servos para obediência, vocês são
servos daquele a quem obedecem, seja do pecado, que leva à morte, ou da
obediência, que conduz à justiça? 17 Mas graças a Deus que, tendo sido escravos
do pecado, vocês vieram a obedecer de coração à forma de doutrina a que foram
entregues. 18 E, uma vez libertados do pecado, foram feitos servos da justiça. (Rm
6.15-18). Essa vida na graça rompe os grilhões do cativeiro do pecado que mantém
o homem caído escravizado para a liberdade de poder servir ao Senhor. É usando
a metáfora do libertação do cativeiro egípcio para servir a Deus na terra
prometida (Êx 6.6-8). Aguardando uma terra prometida, um novo mundo redimido,
restaurado e glorioso (Ap 21.1-4). Neste novo mundo teremos também uma vida
glorificada adaptada a esse novo cosmo transcendental. Essa experiencia é o
ápice da vida na graça, sua apoteose.
Dessa forma precisamos
viver em plenitude essa existência saturada de fé, amor e esperança, o triunvirato
da nova vida que se materializa na triunfante vida na graça. SDG.
Rev. Marcus King Barbosa
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