Jesus serve para quem?
Cristo veio a esse mundo
em sua encarnação (Jo 1.14) com o propósito bem definido que era redimi-lo;
isto é, salvar os pecadores, ser a única alternativa para quem necessitava
desesperadamente de uma saída, uma solução existencial. Mateus deixa isso mais que
evidente na descrição que ele fez do nascimento de Jesus: 21
Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu
povo dos seus pecados”.22 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o
SENHOR havia dito através do profeta: 23 “Eis que a virgem conceberá e dará à
luz um filho, e Ele será chamado de Emanuel”, que significa “Deus conosco”.
(Mt 1.21-23). Sobre isso comentou Hernandes Dias Lopes: O filho de Maria se
chamaria JESUS e EMANUEL. O salvador do pecado e o Deus conosco. Ele veio para
trazer salvação. Ele veio para estar conosco. (Lopes – 2019, p.57).
Dessa maneira Jesus era a
manifestação visível do Deus redentor invadindo a realidade caótica desse mundo
caído para restaurá-lo. Isso nos remete a verdade de quem são os alvos desse
ministério messiânico de Cristo? Perguntando de outra forma, para quem serve a
obra que Jesus veio realizar? A resposta é assertiva, aqueles que que se veem
perdidos e doentes precisando de ajuda, socorro e salvação. Jesus consubstancia
isso ao declarar em sua pregação (kerygma) que não venho senão
para justos (Lc 5.27-32). Comentando essa passagem destacou J.C.Ryle: Ele
“veio ao mundo para salvar os pecadores”. E, se nos vemos nessa situação,
podemos nos apropriar com segurança desta verdade, confiando nEle até o final
de nossa vida (Ryle-2002, p.78).
Na verdade, o problema o
grande problema dos “justos” era de perspectiva de si mesmos. Eles se
enxergavam acima do que realmente eram, não conseguiam ver ou mesmo aceitar a
sua real condição espiritual, existencial e relacional com Deus e com os outros:
“10 Como afirmam as Escrituras: “Ninguém é justo, nem um sequer. 11Ninguém
é sábio, ninguém busca a Deus. 12 Todos se desviaram, todos se tornaram
inúteis. Ninguém faz o bem, nem um sequer.” (Rm 3.10-12). Sobre isso
salientou Edwin A. Blum: “Nesses versículos, Paulo encadeou sete passagens
do AT para demonstrar que toda a humanidade está debaixo do jugo do pecado.
Desde a queda de Adão e Eva, as pessoas se escondem de Deus, mas o Pai enviou
seu filhos para buscar e salvar o eu estava perdido”.
Fato é que dentro desse
contexto elucidado não tinha como esse religiosos aceitarem de bom grado a
pregação e conexões que Jesus estava fazendo, isso atingia diretamente a
narrativa que eles assumiam. Sobre isso salientou Horatius Bonar: “Se
você não é um pecador na íntegra, então, na verdade você nem precisa de Cristo,
pois ele é o Salvador no mais total sentido da palavra. Ele não ajuda você a
salvar-se; nem você pode ajudá-lo a salvar a você mesmo. Ou ele faz tudo, ou
nada faz. Uma meia salvação só serve para aqueles que não estão totalmente
perdidos”. E quantos estão vivendo essa meia salvação assim
como os fariseus? Infelizmente muitos, ofuscado pela luz falsa do religiosismo,
perdidos dentro dos templos.
Portanto, estou afirmando
que as consequências e implicações desse tipo de atitude de se sentir justo são
terríveis e desastrosas. Elas tornam esses supostos “justos” personagens
caricaturados (por isso Jesus os chamava de hipócritas), ressentidos que
precisam continuamente vestir uma roupagem de falso moralismo, de vidas
perfeitas, comportamento acima da média (que carece de retoques sucessivos
na maquiagem
e ajustes na narrativa). Entretanto, o mais trágico é que essa postura diante
da vida, esse ser-no mundo afasta os “justos” do salvador e da real salvação
(At 4.12). SDG.
Reverendo Marcus
King Barbosa
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