Olhando
melhor o lugar dos pensamentos invasivos na depressão
Não
há como exagerar a importância da depressão como transtorno psicopatológico
dentro do universo da saúde mental, o motivo dessa afirmação é a capacidade desse
transtorno causar muito sofrimento humano, ao ponto de ser classificado como
uma pandemia tão nociva como as demais pandemias que assolam a humanidade. Escrevendo
sobre essa condição popular da depressão salientou o Dr. Leandro Anselmo
Todesqui Tavares (Tavares-2010) a questão da depressão, especialmente,
tornou-se quase um modismo nos dias de hoje. Para além das paredes dos
consultórios, ouvimos demasiadamente que sempre alguém sofre deste mal pós-moderno.
Uma grande verdade, depressão é um mal, um espectro angustiante que assombra
nossos tempos líquidos...
Bem,
continuando, quero destacar um sintoma que é bem tipo do transtorno e
problemático na sua experimentação que é a percepção contrastante que o
depressivo tem de si mesmo e a realidade objetiva. Por que estou tratando
desse sintoma clínico na depressão? Por conta do enorme sofrimento mental que essas
ideias insensatas, invasivas e disruptivas provocam no self desses pacientes
por
ocasião desse contraste.
Entretanto,
o grande complicador é que mesmo sofrendo dessa maneira é extremamente difícil para
o depressivo se desprender desse quadro obsessivo. Qual o motivo? eles fazem
parte de vínculos e complexos que formatam ideias centrais que
retroalimentam essa atividade mental, esses sentimentos e emoções
condicionalizadas.
Portanto,
sem redefini-las e ressignifica-las fica impossível superar esses
sintomas, consequentemente a própria depressão, que inclusive como sistema irá
se autoproteger, de medicações e técnicas psicoterápicas, quer sejam
psicodinâmicas, analíticas, energéticas, cognitivocomportamentais, enfim, daí
porque muitos pacientes não progredirem em seu tratamento e param a terapia.
Pense nisto.
Dr.
Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico, Psicoterapeuta Integratista,
Filósofo e Teólogo Público
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