“Uma ética sem moralidade” (Zygmunt Bauman)
Não há posição existencial
de neutralidade ética diante de Jesus. Ou se rejeita os significados de sua vida, obra, ensino, pregação e chamado
missionário ou se coloca-o na posição existencial de absoluto relevo e proeminência
deixando que ele guie o timorato da própria existência na categoria
existencializada de valor-teto para o existir-no-mundo.
É dessa postura ética do homem diante de Jesus o
Redentor (go’el) que Pedro está tratando no segundo capítulo de sua carta
circular (1 Pe 2.6-10). Segundo ele não é possível ser indiferente ou eticamente
neutro perante o fenômeno histórico-existencial-teológico da encarnação
redentiva de Cristo. Ou Jesus é o nosso maior tesouro, a jóia de inestimável
valor: 7 Assim sendo, para vós, os que credes,
ela é preciosa (2.7). Ou algo de nenhuma
importância ou pertinência existencial que está fadado a receber nosso repúdio
explicito ou tácito: mas para os que não creem, “a pedra que os construtores rejeitaram(...)” grifo
meu (2.7b).
Desse modo o que ele é para mim e para você? Uma pedra
rejeitada, repudiada, incômoda, mística, funcional,enfim. Ou a preciosidade,
literalmente a honra (timê), que equivale a dizer, a quintessência de nossa existência,
o extrato supremo da nossa satisfação e felicidade? Jesus te basta nessa vida
ou é mais um acessório? É central ou subsidiário?
Pedro nos faz lembrar
que uma ou outra decisão ética face a pessoal integral de Jesus acarretará
desdobramentos significativos e de natureza não apenas histórica mais também
eternas. Se você tem uma postura ética insuficiente em relação a Jesus, ele
será uma pedra que te fará tropeçar e cair (2.8a). Mas se você coloca-o no protagonismo
de sua vida, como aquele que tem a palavra final e decisiva, o apóstolo nos
esclarece que os efeitos disso são sobremodo agradáveis, visto que
pertenceremos a sua família e reino: 9
Porém, vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, cujo propósito é proclamar as grandezas daquele
que vos convocou das trevas para sua maravilhosa luz. 10 Vós, sim, que antes não
éreis sequer povo; mas agora, sois o Povo de Deus; não tínheis recebido a misericórdia,
contudo agora a recebestes (2.9-10). Pedro
vai mais longe é assinala que quem depositar sua confiança existencial em Jesus
por um decisão ética de fé, nunca se arrependerá disso:
6 Porquanto, assim está registrado na
Escritura: “Eis
que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela
deposita sua confiança jamais será envergonhado”. (2.6).
Glórias a nosso
Senhor e Salvador Jesus que é nosso destino ético, nossa escolha única, nosso
decisão final. SDG
Rev. Marcus King Barbosa – Teólogo, Psicanalista Clínico,
Filósofo da Cultura e Pastor Reformado
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