Felicidade nesse ponto
trata com aquilo que podemos colocar na categoria de autossatisfação. Dito de outra
maneira, ser feliz é uma outra forma de dizer que queremos plenitude
existencial. Queremos ser plenos, sem nenhum vácuo, vazio, ou seja, queremos
ser plenos sem nenhum tipo de carência ou falta...
Uh! Já deu para ver o
papel significativo da ausência, da falta na felicidade não é? Pois, então, a
falta é o elemento que entrega o troféu de plenitude a felicidade! Bem deveria,
porque a falta sempre se ausenta, nunca é vista, a falta sempre em falta...
Achamos então o porquê
nunca estamos felizes. É por conta da falta, da ausência que deixa o vácuo, que
não traz a plenitude tão almejada. Eu tenho uma má noticia; bem, nuca seremos
plenos, esse é o mal de nossa finitude, há um desalinho entre ser pleno e ser
finito.
Na verdade, só Deus é realmente
pleno, nós ansiamos a plenitude (talvez o mau do Éden: sereis como Deus...).
Isso é bom, bem não sei, o que você acha? O que sei é que por causa disso,
sempre estamos a manquejar, não quis dizer desejar: um casamento pleno, uma
profissão plena, uma amizade plena, filhos plenos, enfim, talvez seja por isso
que somos tão insatisfeitos, por isso rompemos tantas relações e sofremos então
tanto. Acho que isso explica muito desajuste emocional, não acha?
Sabe, nessa busca frenética
e delirante de ser feliz, entende não é, pleno, encontramos uma grande e terrível
Quimera, isto é, uma ilusão viciante e viciadora.
O que devemos fazer abdicar de ser feliz?
Longe disso, penso que temos uma via melhor ou pelo menos mais factível.
Vivamos, simples assim. Vivamos o que a existência tem a nos oferecer, sem
reclamações, desculpas ou murmurações, isso vai bastar! Sinta a vida que está
ao seu redor, te envolvendo e abraçando, perceba as pessoas, algumas tão
especiais, tão perto de você. Claro tudo isso depende de uma renúncia e uma ação. Renunciar aos delírios de
uma busca goetiniana por felicidade e uma atitude de pegar e experimentar o que
está na sua frente. Note essa é uma escolha, sua escolha. E aqui sem álibis. É
como disse Anselm Grun: Escolhas que cada um, cada um de nós, precisa fazer
a cada dia, a cada nova descoberta (Grun – 2021).
Penso que talvez seja isso,
só isso, escolher... Viver agora nesse instante e momento engravidado da
possibilidade, o máximo e o melhor que você puder, com quem você ama, com que
lhe ama, com os que estão próximos de você. Sinto que isso é o mais próximo, ou
pelo menos o mais real do que seja realmente feliz! SDG.
Marcus King Barbosa - Caminheiro
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