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Mecanismo de defesa - 2

 3. Regressão

A regressão, em psicanálise e psicologia, é o recuo do ego, fugindo de situações de conflitos atuais para o estágio anterior. Um exemplo é quando um adulto volta a um modelo infantil, no qual se sentia mais feliz e mais protegido. Assim, a infatilização é uma forma de regressão que protege o ego do encontro com as dificuldades do mundo adulto.

 

Outro exemplo é quando nasce um irmão, e a criança mais velha volta a usar chupeta ou urinar na cama como defesa.

 

4. Deslocamento

O deslocamento acontece quando os sentimentos e emoções (geralmente a raiva) são projetados para longe da pessoa que é o alvo e, de forma geral, para uma vítima mais inofensiva. Ou seja, quando muda os sentimentos da sua fonte provocadora de ansiedade original, para quem você percebe  ser menos provável de lhe causar mal.

 

Leia Também:  Funcionamento dos mecanismos de defesa na Psicanálise

Por exemplo, quando um adolescente pratica o bullying contra um colega de escola pode estar deslocando a raiva que tem por também ser submetido a condições opressivas em seu contexto familiar.

 

5. Projeção

O mecanismo de defesa da projeção é um tipo de defesa primitiva. Assim, é caracterizada pelo processo no qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro ou em alguma coisa, qualidades, desejos, sentimentos que ele desconhece ou recusa nele. Por isso, a projeção é muito vista na paranoia.

 

 

 

6. Isolamento

O isolamento é o mecanismo de defesa típico das neuroses obsessivas. Ele atua de forma a isolar um pensamento ou comportamento, fazendo com que as demais ligações com o conhecimento de si ou com outros pensamentos fiquem interrompidos. Assim, os outros pensamentos e comportamentos são excluídos da consciência.

 

7. Sublimação: um dos principais mecanismos de defesa

O conceito psicanalítico da sublimação só existe pois um recalque o precede. Ou seja, a sublimação é o processo através do qual a libido  se afasta do objeto da pulsão para outra espécie de satisfação. Isto é, o sujeito transforma a energia da libido (desejo sexual, agressividade e necessidade imediata de prazer) em trabalho ou arte, sem saber que o faz.

 

Com isso, o resultado da sublimação é a mudança da energia do objeto de desejo para outras áreas, como realizações culturais ou produtivas, por exemplo. A sublimação, para Freud, é um mecanismo de defesa muito positivo para a vida em sociedade, pois grande parte dos artistas, dos grandes cientistas, das grandes personalidades e dos grandes feitos só foram possíveis graças a esse mecanismo de defesa.

 

Isso porque, ao invés de manifestarem seus instintos tais como eram, eles sublimaram os instintos egoístas e transformaram essas forças em realizações sociais de grande valor.

 

O problema a sublimação não permite a realização nem de uma pequena parte da satisfação do desejo e não gera ao sujeito a mesma gratificação, aí podemos ter a origem de neuroses. Por exemplo, quando uma pessoa reprime sua libido para um trabalho obsessivo (workaholic).

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