Os grandes reinos do mundo perderão seu brilho, reluzencia e magnificência. Sua glória foi embora, todo seu poder, sua força militar, seu controle sobre a vida das nações não passam de poeira e lembranças. E os imperadores, os grandes monarcas será que tiveram destino diferente? A resposta é o desenganado não, partilham da mesma sina de seus impérios. Sobre isso sublinhou Hernandes Dias Lopes: Onde estão os grandes faraós, os grandes monarcas que acumularam poder e riqueza? Todos passaram. Os reinos deste mundo são como névoa: evaporam e desaparecem (Lopes – 2013, p.132). Esses reinos são transitórios e finitos e por conta disso tinha como seu destino irreversível desaparecer. Penso que era isso que transitava na mente de Tiago quando ele afirmou o seguinte: ”9 O irmão que é pobre tem motivo para se orgulhar, porque é digno de honra. 10 E o que é rico deve se orgulhar porque é insignificante. Ele murchará como uma pequena flor do campo. 11O sol quente se levanta e a grama seca; a flor perde o viço e cai, e sua beleza desaparece. Da mesma forma murchará o rico com todas as suas realizações” (Tg 1.10-11). Exatamente isso, a ruína dos reinos é fruto de sua inevitável finitude e contingência.
Entretanto, a
Escritura irá apresentar um reino diferente. Um reino que não está sujeito aos
elementos dessa finitude e contingência que estão ultrativa a essência ontológica
dos reinos humanos e sua decadência. Esse reino será tão refulgente que transcenderá
todos os reinos porque ele não estará suscetível a finitude e temporalidade: “44,
Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que jamais será
destruído e que não passará a outro povo. Esse reino despedaçará e consumirá
todos esses outros reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2.44). Esse
reino profetizado por Daniel já está ativo, surgiu no apogeu dos últimos dias (be
aharat hayyamîm), dito de outro modo, esse reino é o de Cristo. Ele
segue uma aparência espiritual e invisível em sua totalidade tendo sua
expressão históricotemporal providenciada pelo Espírito no seu batismo na dinâmica
da igreja universal, que Paulo chama do corpo espiritual de Cristo: “13 Pois
todos fomos batizados por um só Espírito, a fim de sermos um só corpo, quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado beber
de um único Espírito” (1 Co 12.13). Sobre isso escreveu Gordon D. Fee: Para
Paulo, o recebimento do Espírito é a condição sine qua non da vida cristã. O
Espírito é o que essencialmente distingue o crente do não crente (2.10-14); (...)
acima de tudo, o Espírito é o que torna alguém um filho de Deus (Rm 8.14-17).
Assim, para Paulo é natural referir-se à unidade deles no corpo em relação ao
Espírito (Fee – 2019, p.762). Desse modo, é na realidade desse corpo que o
reino de Deus tem suas manifestações visíveis e temporais.
Um dia, porém, ele
irá receber uma faceta gloriosa com a culminância do retorno de Jesus como
Juiz/imperador desse mundo. Nesse dia o reinado de Jesus será notório (Fp
2.10). O que Paulo designa de parte final da exaltação do messias. Portanto,
precisamos clamar: - Venha teu reino. E trabalharmos para que a vontade de Deus
se torne real, concreta e governante nesse mundo (Mt 6.10). Pense nisto. SDG.
Rev. Dr. Marcus King Barbosa
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