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Nada de céu, senão o da boca da onça...


Pensa aqui comigo, se Jesus disse que nem mesmo adorar eu posso sem resolver cabalmente minhas pendencias com o outro (Mt 5.23-26).  

Agora imagina ir para o céu?  

E a céu me refiro aquele modo de existência (modus vivendis) que se estabelece nessa dispensação após a morte (ou na final após o julgamento cósmico) do servo (doulós) de Deus (Jo 14.1-2; 2 Co 5.1; Fp 1.23;2 Co 12.2; 2 Pe 3.13; Ap 21.1, entre outros). 

Veja bem, cá pra nós quantos que empilham os templos como abelhas sobre o mel que segundo esse critério do Cristo estão fora dele? Claro que fora! pois, continuam com inimizades antigas, continuam odiando, continuam invejando, continuam, continuam... (1 Co 6.9-11).

Bem, e você já resolveu suas pendencias? Acha que frequentar cultos, sociedades internas, eventos, enfim, vão ser substitutivos lídimos? Será que Deus vai aceitar esse embuste? 

Ao meu sentir, se levarmos a sério o que enunciou Jesus com absoluta certeza não! Deixa eu aclarar mais isso:  

- Se você morrer com inimizades, desafetos, malquerença, enfim, com quem quer que seja, sem não ter tentado seriamente resolver, você está fora do céu!!!  

Então é hora de ao invés de exercício de espiritualidade de retórica facebookiana, colocarmos nossa boca no pó (Lm 3.29), nos humilharmos e clamarmos pela misericórdia de Deus (Mt 20.30), não pelos que achamos inferiores ou indignos diante de ‘nosso’ Deus ( num complexo do filho mais velho ou síndrome neo-farisaica) mas por nós, “pois, quem chora, chore pelos seus pecados”. SDG 

Marcusk Barbosa – Psicoterapeuta, Teólogo, Filósofo da cultura e Discípulo de Cristo 

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