A relação entre abuso psíquico e ausência de afetividade é complexa e pode ter impactos significativos no desenvolvimento emocional e psicológico de uma criança. Uma teórica que tem abordado muito dessa temática é Alice Miller, ela é psicóloga e autora, escreveu extensivamente sobre as consequências do abuso emocional na infância. Ela enfatizou a importância de reconhecer e tratar o trauma emocional para promover o bem-estar psicológico na vida adulta. Outro teórico que tratou da importância de um cultivo psicoemocional em nossos ambientes de desenvolvimento e cuidado foi John Bowlby, sua tese central é a teoria do apego, que destaca a importância das relações afetivas seguras para o desenvolvimento emocional saudável. Como elemento consequencial dessa tese ele argumentou que o abuso emocional pode prejudicar a formação de vínculos seguros e impactar negativamente o bem-estar psicológico da criança. Tendo então tudo isso em mente, exploremos panoramicamente essa intrincada relação:
1. Dano psicológico:
O
abuso psíquico envolve formas de tratamento prejudiciais que podem incluir
humilhação, críticas constantes, rejeição e manipulação emocional por parte do cuidador,
professor, pai, responsável. Isso gera um quadro de toxidade que afeta psíquica,
física e relacionalmente a criança vítima desse tipo de tratamento. Outrossim, o vazio de afetividade implica na
falta de expressões emocionais construtivas, carinho manifesto e suporte
emocional.
Fato é
que juntos, esses elementos podem causar danos psicológicos profundos, afetando
a autoestima, a capacidade de formar relacionamentos saudáveis e a regulação
emocional da criança.
2. Desenvolvimento
de relacionamentos:
A
ausência de afetividade pode resultar em dificuldades para a criança formar
ligações emocionais saudáveis. Quero dizer com isso que abuso psíquicos impedem
a formação de pontes conectivas produzindo uma solidão, inadequação e muita angústia.
Portanto,
o abuso psíquico pode criar barreiras relacionais, pois, a criança pode
desenvolver uma profunda, crônica e clínica desconfiança em relação aos outros
e, por conta disso, ter fundamentais dificuldades em estabelecer vínculos
emocionais devido ao medo de ser machucada, magoada.
3. Autoimagem
e autoestima:
O
abuso psíquico pode impactar funcionalmente a cosmovisão, ou seja, a interpretação
da realidade, disfunção perceptiva que a criança tem de si mesma e do mundo,
levando a uma baixa autoestima, depressibilidade e autoconfiança.
Na
verdade, a falta de afetividade pode intensificar, ampliar esses efeitos, já
que a criança pode não receber o apoio emocional necessário para construção de
uma imagem positiva de si mesma, deixando em seu lugar imagens feridas.
4. Habilidades
sociais:
Crianças
que experimentam abuso psíquico e falta de afetividade podem enfrentar desafios
no desenvolvimento de habilidades sociais adequadas, bem como progresso intelectual
e na aprendizagem.
De
fato, a ausência de afetividade pode limitar as oportunidades de aprendizado
social, enquanto o abuso psíquico pode contribuir para o desenvolvimento de
comportamentos agressivos ou retraídos.
5. Saúde mental:
A
combinação de abuso psíquico e ausência de afetividade pode aumentar o risco de
problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtornos do
estresse pós-traumático (TEPT).
A
falta de apoio emocional pode tornar a criança mais vulnerável a esses
problemas, especialmente quando enfrenta situações adversas, rupturas, enfim.
6. Intervenção
e recuperação:
É
crucial identificar e interromper situações de abuso psíquico e promover a
criação de ambientes afetivos e seguros para as crianças.
Intervenções
terapêuticas, como aconselhamento psicológico e apoio emocional, são essenciais
para ajudar a criança a processar o trauma, reconstruir a autoestima e
desenvolver habilidades sociais saudáveis.
Portanto,
a ausência de afetividade pode agravar os efeitos do abuso psíquico, tornando
imperativo abordar ambos os aspectos para promover o bem-estar emocional e
psicológico das crianças. A criação de ambientes seguros, afetuosos e de apoio,
associado a denunciais e detecção de lugares, pessoas, agentes públicos, instituições
abusivos é fundamental para mitigar os impactos comprometedores dessa
combinação. Soli Deo Gloria.
Dr.
Marcus King Barbosa
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