A abordagem atual do
tratamento e da divulgação pública do Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) enfrenta desafios significativos, destacando-se pela
tendência em discutir aspectos óbvios, facilmente acessíveis a leigos através
da internet. No entanto, é crucial direcionar a atenção para questões mais
complexas e menos compreendidas, que não apenas geram dúvidas, mas também
perpetuam preconceitos entre pais, pacientes e, especialmente, no contexto
educacional.
Dessa forma, dentre os tópicos
que suscitam maior perplexidade e mal-entendidos, destacam-se os desafios
relacionados à função executiva, a imaturidade cerebral subjacente e a complexa
questão neurológica da autorregulação. Estes são elementos essenciais para
compreender as nuances do TDAH, no entanto, paradoxalmente, permanecem como
verdadeiros buracos negros no cenário dos discursos sobre o transtorno. É
preocupante constatar que essas dimensões críticas não são abordadas de maneira
explícita ou, em alguns casos, nem mesmo reconhecidas em diagnósticos que
muitas vezes carecem de profundidade e precisão.
Portanto, é imperativo
reconhecer a importância de uma abordagem mais abrangente, transdisciplinar (de
verdade) e informativa ao lidar com o TDAH. A falta de discussão franca sobre
sintomas e realidades complexas, a ignorância clínica, a abordagem diagnóstica rasa
contribui para a perpetuação de estigmas e obstáculos que afetam
diretamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados, suas famílias, bem
como a eficácia das intervenções terapêuticas.
Entrementes, penso que é
imprescindível destacar a lacuna existente na compreensão pública do TDAH. É
necessário um esforço coletivo para superar essas limitações, promovendo uma
abordagem mais aprofundada e inclusiva, que não apenas eduque, mas
também desmistifique os aspectos complexos e muitas vezes
incompreendidos desse transtorno de neurodesenvolvimento. A conscientização e a
educação fundamentadas são passos essenciais para garantir uma abordagem mais
compassiva e eficaz ao TDAH, permitindo que pais, pacientes e profissionais da
saúde enfrentem os desafios associados a esse diagnóstico com maior compreensão
e empatia. SDG.
Dr. Marcus King barbosa – Psicanalista
Clínico (23), Psicoterapeuta Integratista, Neuropsicanalista, Filósofo e
especialista em TDAH infantil e adulto, TAG, TEPT
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