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Narrativas e personagens esse é o problema

 

O maior problema da atualidade na igreja histórica e visível não é com os pecados manifestos, com os que se apresentam como explicito e que dão a comunidade a chance de serem tratados e; em última instancia, são um benefício a própria igreja, visto que o exercício da disciplina é uma das suas marcas (Hb 12.4-12; 2 Ts 3.6-15; Mt 18.15-17; 1 Tm 1.19-20; 5.19-20; Tt 3.9-11). Mas então qual é a problemática? Reside na fabricação de personagens e narrativas que os que tentam substituir o viver real utilizam no viver cotidiano para aparentarem ser seguidores de Cristo. Sim, estes personagens caricaturados, estereotipados vivem de aparência e gestão de imagem como supostos discípulos de Jesus. Dessa forma, estes são uma grande dificuldade dentro da igreja, pois, eles matam seu crescimento, anulam sua identidade e expõe ao ridículo seu testemunho de transformação verdadeira (pois, a transformação que apresentam é sintética e superficial). Como agem esses personagens? Bem como disse eles vivem de narrativas, atuam fazendo papeis em todas as dimensões da comunidade da membresia aos lugares de lideranças e mais altos na instituição. Desse modo, eles são os que vão falar de honestidade, de santidade, de viver consagrado, enfim, mas em contrapartida são o que mais irão perseguir, os que primeiro vão acusar, são os vão construir uma plataforma de exibição para o seu cântico melódico, mas que nos bastidores vão viver a sua verdadeira face repulsiva.

Na verdade, os que vivem de aparência confundem deliberadamente moralismo com santificação, piedade com doutrinamento ideológico religioso. Falam de ser honestos, santos, íntegros, enfim, mas são os primeiros que lucram com o resultado do pecado. Como podemos distingui-los? Bem a Palavra diz que isso é uma façanha que só o próprio Deus pode fazer, visto que só o seu olhar pode identificar joio de trigo (Mt 13.24-34), o nosso não, então é mais que óbvio que se entrarmos nessa empreitada iremos errar desastrosamente. Mas pense um pouco, se não podemos fazer essa distinção quem a faz então... Bingo! está aí o mais poderoso indicativo, se ve alguém apontando o dedo para todos, fazendo uma discurso de autossantidade, honestidade pessoal, enfim, pode fugir que isso é narrativa, não é vida de gente real que luta dia a dia para vencer suas ambiguidades e resquícios do pecado dentro de todo seu viver (1 Jo 1.8-10; 2.1-3) é fala de um personagem e seu intuito é enganar (2 Tm 3.5). 

Tem ainda outro grande indício, sabe qual é? Quem faz boas obras faz para glória de Deus e cuidado e edificação do outro, do pobre, do necessitado e não para aparecer, se destacar, enfim, por isso não precisa estar ventilando, falando para toda a arquibancada (Mt 6.1-4), quem é santo, justo, não precisa de dizer que é, apenas vive como santo, justo, honesto, quem é de Deus não precisa dizer que é, vive com Deus e os outros verão, porque isso não se pode esconder é fruto do trabalho eficaz e esclarecedor do Espírito (Gl 5.25). Portanto, se ver alguém alardeando virtude, proclamando santidade e toda essa narrativa ignore porque é puro e eficiente papel e seu propósito é o disfarce. Pense nisto. SDG.

Rev. Marcus King Barbosa

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