1. De
onde surge o sentimento de dependência emocional?
A
dependência emocional tem raízes profundas no inconsciente, no sentido de estarem
ligadas a experiências passadas, traumas vividos, abusos, quebra de confiança
ou desnivelamento dos padrões familiares (lei da família ou lei do Pai como
dizia J. Lacan), enfim. O inconsciente então armazena todo esse material existencial
experimentado formatando-os em inscrições, ou seja, memórias, crenças e emoções
condensadas em núcleos operacionais no ambiente da inconsciência. Esses pendrivers
psíquicos matriciais que moldam a maneira como nos relacionamos com os
outros. Desse modo, a interconexão pode ativar esse pendrivers na inconsciência
manifestando padrões de pensamento, sentimento e comportamento que contribuem
para a dependência emocional.
2. A possibilidade
de autoconhecimento e autoconscientização:
As
terapias que possuem as abordagens diretas aos inconsciente (ADI) podem acessar
o material proveniente da nossa psico-história condensados nesse universo
profundo trazendo-os para a consciência o que pode ajudar decisivamente na
promoção do autoconhecimento e na autoconscientização dos padrões psíquicos
prejudiciais, tais como: ideias obsessivas disfuncionais, crenças limitantes,
enfim. Ao compreender a dinâmica inconsciente e seus processos de emersão no
comportamento minando, sabotando as relações, gerando como pano de fundo motivações
inconscientes que alimentam o senso e a necessidade da dependência emocional a
pessoa pode desenvolver estratégias para lidar com essas questões de fundo suprimindo
o nexo causal da dependência.
3. Redefinindo
crenças limitantes:
Como
vimos muito caso de dependência é sustentado constitutivamente por núcleos hermenêuticos
que chamamos de crenças limitantes. Essas
crenças que se exteriorizam através da base avançada do pensamento obsessivo
têm seu Headquarters no eu profundo (deeper self) e fundamentam
e se tornam o piso sólido para o sentimento de dependência emocional. Dentro do
universo temático dessas crenças temos ou podemos incluir a ideia de que a
autoestima depende da aprovação dos outros ou o medo de ficar sozinho, enfim. Dessa
forma, trabalhar terapeuticamente com o inconsciente permite identificar e redefinir
essas crenças limitantes, promovendo uma mentalidade (mentality)
mais autônoma, blindada e fortalecida.
4. Alterações
significativas nos padrões comportamentais:
Até
então vimos que o inconsciente desempenha um papel protagonista e fundamental como
realidade de fundo na formação de padrões de pensamento e comportamento que condicionam
as emoções e sentimentos construindo um processo doentio de dependência. As
terapias focalizadas no inconsciente e seu dinamismo na personalidade podem
ajudar a identificar e modificar esses padrões, substituindo todo esse processo
de dependência por uma superestrutura mais autossuficientes e por derivação bem
mais saudáveis.
5. A
incorporação conscientes de realidades complexas e dolorosas inconsciente:
A
recuperação da dependência emocional envolve a integração de aspectos não
conscientes da personalidade. Isso pode incluir a aceitação de emoções difíceis
e a compreensão de impulsos automáticos. A incorporação consciente de
realidades complexas e dolorosas do inconsciente representa um processo
profundo e transformador na jornada de autodescoberta e crescimento pessoal.
Esse empreendimento corajoso envolve a exploração e aceitação de aspectos da
psique que muitas vezes residem nas profundezas do inconsciente,
manifestando-se por diversos meio, inclusive o sentimento de dependência. Desse
modo, ao trazer esses elementos à consciência, a pessoa ganha mais controle
sobre suas reações emocionais e comportamentais forjando um empoderamento que a
habilita a estabelecer limites saudáveis e construir relacionamentos mais
equilibrados.
Daí
que reconhecer e abordar o poder do inconsciente é crucial na recuperação da
dependência emocional. Ao explorar as camadas mais profundas da psique, é
possível desvendar as origens constitutivas da dependência e criar uma base
sólida de reações e respostas para formatar uma existência mais independente e
saudável. Terapias psicológicas, como as terapias psicodinâmicas, as terapias
cognitivocomportamentais são frequentemente utilizadas para trabalhar esses
aspectos inconscientes do self e promover a cura emocional. Soli Deo Gloria.
Dr
Marcus King Barbosa – Psicanalista Clínico (desde 2000), Psicoterapeuta Integratista,
Filósofo, Mestre em Psicologia, Neuropsicanalista, Doutor em Filosofia e
Licenciando em Pedagogia
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